Ozempic, Wegovy e Mounjaro: nutrição, saúde metabólica e a importância do acompanhamento
- nutricionista04
- há 5 dias
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Nos últimos anos, medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro ganharam destaque no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade. Eles atuam estimulando a saciedade, ajudando no controle dos níveis de glicose e favorecendo a perda de peso.
Embora sejam aliados importantes, é fundamental lembrar que eles não substituem uma alimentação equilibrada nem hábitos de vida saudáveis. A forma como você se alimenta durante o uso desses medicamentos faz toda a diferença nos resultados a curto e longo prazo, além de reduzir desconfortos comuns, como náuseas, constipação e azia.
Comer pouco não é o suficiente. Com a redução do apetite, muitas pessoas passam a comer menos, mas nem sempre de forma equilibrada. Esse é um ponto de atenção: comer pouco não significa comer bem. Quando a qualidade da alimentação é negligenciada, pode haver consequências sérias para a saúde metabólica:
perda de massa magra;
deficiências de vitaminas e minerais;
metabolismo mais lento;
maior fadiga e queda de vitalidade.
Por isso, mesmo comendo em menores quantidades, é essencial priorizar alimentos nutritivos e manter um padrão alimentar que sustente o organismo.
Outro desafio importante surge quando o medicamento é interrompido. Se durante o uso não houve uma verdadeira reeducação alimentar e a correção das causas do ganho de peso, existe o risco de recuperar rapidamente os quilos perdidos (o famoso efeito rebote) e até de descompensar a saúde metabólica. Isso reforça a ideia de que os medicamentos devem ser vistos como um apoio temporário, e não como solução definitiva.
Efeitos colaterais: cada corpo reage de uma forma
Os efeitos adversos mais comuns incluem náuseas, azia, constipação ou diarreia, mas a intensidade é altamente individual. Enquanto alguns sentem apenas desconfortos leves, outros apresentam sintomas mais marcantes. Aqui, a alimentação e o acompanhamento nutricional desempenham um papel decisivo na adaptação ao tratamento.

O que priorizar na alimentação?
Para que os medicamentos tragam benefícios duradouros, a base está em qualidade nutricional. Algumas estratégias importantes incluem:
Proteínas de qualidade em todas as refeições
Peixes, frango, ovos, queijos magros, iogurte natural, leguminosas e até suplementos (quando necessário) ajudam a preservar a massa muscular, aumentam a saciedade e
sustentam o metabolismo.
Fibras solúveis e insolúveis
Verduras, legumes, frutas com casca, grãos integrais, sementes de chia e linhaça melhoram o trânsito intestinal, controlam a glicemia e reduzem desconfortos gastrointestinais.
Hidratação constante
A água deve ser prioridade. Além dela, chás sem açúcar e água de coco podem complementar. Uma boa hidratação diminui a constipação e melhora a disposição.
Gorduras boas
Abacate, azeite de oliva, oleaginosas e peixes ricos em ômega-3 ajudam no controle da inflamação, na saúde cardiovascular e também na saciedade.
Carboidratos inteligentes
Priorize os de baixo índice glicêmico, como batata-doce, inhame, arroz integral e quinoa. Eles fornecem energia de forma gradual, evitando picos de glicose.
Redução de ultraprocessados
Evitar biscoitos recheados, refrigerantes, fast food e embutidos é essencial para que os resultados sejam sustentáveis. Esses alimentos aumentam a inflamação, prejudicam a microbiota intestinal e favorecem o ganho de peso a longo prazo.
Refeições fracionadas e leves
Comer porções menores, mais vezes ao dia, ajuda a reduzir a sensação de empachamento e melhora a digestão, especialmente nas fases iniciais do tratamento.
Tratar a raiz do problema
A obesidade e o ganho de peso não surgem de uma única causa. São resultado de uma combinação de fatores: hormonais, comportamentais, emocionais e ambientais. Por isso, a medicação só será realmente eficiente quando buscarmos e corrigirmos a origem da disfunção que levou ao ganho de peso.
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